sexta-feira, novembro 21, 2008

Cortes cirúrgicos

Cortes no rosto, foi na cara
As palavras não esperaram o preparo
Foram no disparo que ninguém pode ver

Misturadas ao sangue gotejam consolo
Tinha que ser assim, avisaram

Para conter a verborragia, a mão estanca
Não, não adianta tem que sangrar o alfabeto
A imagem não conta, se não falar

Mesmo no silêncio afiado, vindo nas pausas
Consagrar o dito, com tal calar bendito

Corte profundo ou discreto
Cabe ao cortado somente
Se não compreende, os cortes não foram para você

Na próxima encena, as palavras podem sobrar
Use as vírgulas, ela podem parar

As cirurgias, da gramática
Podem ser feitas por entendidos
Ou nós, leigos, no nosso modo de falar
Posso concordar com a concordância
Ou ela, enquanto palavra, se verte a me (ao meu) cortar.

18h09min. 18.11.08

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