Choviam pétalas secas, mas
amareladas e o perfume ainda se continha sem careta na discreta aromatização
intrincada. Vieram logo após a normal chuva enxovalhada. Por isso, grudavam por
toda pele. Ele e ela curtiam sem entender. Eles estavam pelados, um de cada
lado, e foi um “achado” serem cobertos pois já passavam frio. Nos sabores do
bater do queixo por toda arcada dentária. Eram duas flores.
Amores despetalados, porém
inteiros, se revolviam como em braseiros, enquanto os dois não se resolviam se
teriam pudores e se esconderiam ou se seriam encontrados naquele desafio com
todos os arrepios da água gelada. Nada faltava. Não havia nenhuma queda. Estavam
errados nos despudores, mas livres em suas formas singelas. Olharam para
cima... Trincadas janelas cobertas de telas repletas das amareladas flores.
Alamandas Amarelas foram tomadas
pelo vento em dissabores. Senhores, aliás senhora e senhor de si, eram
divisores das próprias águas. Aproveitaram a nudez para se livrarem das mágoas
e aquela chuva de vento e flores revelava a primavera toda em um prédio daquela
altura. Uma floricultura sem fim. Assim, eles abriram espaço na própria estrada
e marcavam fundo seus passos.
Fossem fósseis favoreciam os
arqueólogos do futuro a desentender os corações passados com pitadas
sugestionadas de dor sem pretender. Nas mãos estendidas bem avisadas um para o
outro havia algo indolor. Nada de ferrão de abelha que fica e mata a alheia
dona da ferroada em vermelha cor. Mas mais mesmo como a picada da vespa,
popular marimbondo, provoca o tombo. Quem é picado levanta, quem pica segue
picando assombrando aqueles ainda desaprendidos de cair. Ele e ela, os pelados,
querem fazer chover pétalas perfumadas em todo lugar. Vão transformar todo prédio
abandonado em uma primavera permanente no ar.
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