Com os braços
esticados se atirava no impulso do vácuo vacilando passos e
mente. Estava toda dormente como se não circulasse sangue mais sob a pele.
Sentia-se cinza em um mundo colorido e não, não era destaque... Parecia
carregar todos os quilos do planeta e se curvava no que se revelaria um
quarto-inteiro de infinitos. Tentou um grito e tudo que conseguiu foi o agito
dos pobres lábios e da língua, além de vermelhidão no pescoço e no rosto,
devido ao esforço.
Deslizando os dedos pela
superfície para decifrar pelo tato é... Era realmente um quarto gelado, morto,
suposto... Não era possível identificar. Talvez nem parede fosse
porque como poderia se movimentar? Tocou os olhos para se certificar. Estavam lá.
Não, não eram dois buracos negros sugando o lugar. Poderia ter voltado no tempo
e estar em Além da Imaginação... Teria perdido a visão? Tocou de novo os olhos
para saber se estavam abertos ou fechados. Estavam abertos e quase não
piscavam. Caiu...
Agachada começava de quatro a
caminhar com a cabeça inchada de tanto bater em qualquer objeto que deveria apenas esbarrar. Joelhos e mãos raladas até não mais aguentar, então como um fuzileiro
se movimentar. Antebraço, cotovelo, joelho, canela e pé até ser só dedos,
palma, punho, antebraço, cotovelo e no fim se contorcer com o peitos e coxas. Um
pouco depois do fim, rasteja com movimentos de convulsão, mas pela sensação
para onde vão?
Um pouco de força veio como
energia e forçou o queixo e o pescoço para frente... De repente... Acordou no
meio da noite a pessoa pensando estar acabada, morta, enterrada em seus maus
pensamentos. A pessoa estava viva, pelo menos assim imaginava. Outra energia
oscilava e revelava a mais escura das madrugadas. A energia faltara agora
voltava. Estava cercada de um beco com uma rua sem saída cheia de irregularidades
fachadas. Mais a frente outras portas próximas da calçada e muitas distantes. Esteve
o tempo todo acordado. A escuridão total é parecida com a morte, mas talvez seja igual.
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