segunda-feira, dezembro 28, 2015

Engaiolados pássaros


A São Silvestre chega correndo para corrermos atrás dos nossos sonhos, mas nós os temos? Às vezes corremos até o esbranquiçar dos nossos pelos e cabelos - ou até que caiam - para percebermos que não era o sonho, não o nosso, aliás olhando para tantas pessoas com o mínimo de atenção, apenas sobreviver pela próxima hora já é um sonho. Mas, é sempre nesta época do (fim do) ano que começamos a pensar mais em nossos feitos e desfeitos.

Não há como comparar realidades nem pessoas. Cada um é um mundo, todo um planeta girando ao redor de algo. O problema é se for exclusivamente de si mesmo, unicamente dos próprios direitos, aí pronto: não tem como não se irritar facilmente, se achar perseguido, pensar ser excluído... E centenas de sintomas difíceis de listar. Claro, todos saímos do sério e devemos, mas se deixar irritar é dar tanta importância a si mesmo – e ao outro - que só pode ter algo errado.

Com certeza ninguém deveria dar mais importância a quem somos além de nós mesmos, mas acontece de exagerarmos para mais e para menos. Somos demasiados humanos. Não temos múltiplas polaridades e sim momentos, nossos pensamentos íntimos, mágoas pessoais, mas precisamos na mesma quantidade estar em comunidade e estar sozinhos. Sorrir E chorar...


Seria o equilíbrio tanto procurado. Mente, corpo e coração sãos ou o menos insanos possíveis é o caminho, porém a vida e seu vai e vem começa e termina constantemente desde a Grécia Antiga, do Egito Medieval, da China Anciã... Há esta sabedoria desde o primeiro desdobramento da mente, do primeiro definir dos músculos, do primeiro expandir do coração, no entanto ainda não conseguimos Amar, não aprendemos a viver este verbo declaradamente sem posses, sem amarras, apenas seguimos o confundindo com prazer próprio e bens pessoais perdendo a real Liberdade.

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