Os
25 chegaram e passaram. Há anos... Não que eles não envelhecessem... Os anos se
acumulavam como poeira em cidades abandonadas e as marcas da idade vinham
fortes e profundas até antes do tempo. Mas, apesar de parecerem parados suas
mentes ainda não podiam legalmente votar, dirigir, quanto menos beber. Os dois
formavam círculos tão grandes que era possível dar voltas e mais voltas ao
redor do mundo. Não estou falando na “necessidade” de embriaguez...
O
casal escolhia insistir no acaso em podar a árvore no vaso para nem ele nem ela
deixar de ser bonsai. O espaço permaneceria o mesmo por mais que outras
amplitudes surgissem. Percepções precisam ser maiores que necessidades....
Quanto maior a percepção menor a necessidade, mas como o contrário acontecia
com eles não era possível tocar o crescimento ou sequer fazer um resumo de 140
caracteres.
A
infância foi para a Terra do Nunca e ninguém mais viu. Eles não se achavam
preparados para terem uma (outra?) criança e seguiam sem saber para onde ir. Os
adultos desistiram, jogaram tudo para o alto, partiram... Tudo parou em um
ciclo levado pelo vento para o mesmo lugar. Liam e Lila conheciam mais uma ao
outro a si mesmos e, no entanto, estavam perdidos, acabavam sempre na mesma
situação. Tinham enraizado na pedra....
Cultivado uma plantação nas areias escaldantes
do deserto onde, pela lógica e ciência, nada sobreviveria. Porém, teimosia e
controle costumam se unir ignorantes em uma hesitante anestesia constantes dos
sentidos, ou seja, enquanto houver dinheiro há motivo para resistir. Claro, não
queriam discutir, definir quem ficaria com a cadelinha de olhar distante, também
não desejavam sair do cômodo, começar tudo de novo, repetir todo o clichê falso
das conquistas, se levantar mais uma vez, ter curiosidade, crescer, amadurecer,
enfim. Não, um beijo e um “eu te amo” mastigado estava de bom tamanho. Foi o
que fizeram e continuam se beijando.
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