terça-feira, setembro 06, 2016

Inundação



Inteiro coração despedaçado batendo no espelho
da infinita alma cobrindo todo o reflexo profundo
cada superfície do mundo estilhaça e afiada corta

sangram suturas salgadas quando dobram joelhos
o tempo disponível não é nada a vida é um segundo
é preciso estar disposto para simplesmente ser solta

das cheias cicatrizes sacrificadas completamente primeiro

paradoxo da ironia inexistente na expressiva fala do mudo
equilibrado na opressiva corda onde uma hora a gente acorda

não é Amor se há dor nas poças de lágrimas que nos inundam.


(Rafael Belo, às 23h53, segunda-feira, 05 de setembro de 2016)

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