Quantas pessoas se sentem na
sombra de um parente ou amigo? É como se elas ainda não tivessem encontrado
quem são ou utilizassem a personalidade iluminada de outra pessoa para se
ofuscar ou é simples inveja ou extrema idolatria... Enfim, muito típico do
comportamento humano, principalmente retratado pelos filmes e livros
estadunidenses. A separação por classes feita por Jennifer Egan em Circo
Invisível é a forma retratada em 319 páginas de como isso é perturbador na
construção do eu individual e livre de cada um para fazer a vida ter sentido,
ainda mais com mortes alterando o que já era frágil.
Phoebe vai se descobrindo oito
anos após a morte de sua irmã mais velha e 13 após a morte do pai. A
acompanhamos, aos 18 anos, quando ela resolve fazer o caminho que sua irmã Faith
fez pela Europa. Será real tudo dito
pela irmã enquanto ainda viva? O que de
fato aconteceu? Quantos desvios apareceram no caminho de Faith? Phoebe está
preparada para saber a verdade sobre a venerada irmã? A perfeição no ser humano
é o imperfeito e o quanto podemos absorver de uma reviravolta? Existe tal
reviravolta? O Circo Invisível nos rodeia por um momento mágico e temos de ser
capazes de continuar erguer a tenda, mas e se houver um lobo envolvido?
Wolf Sebastian foi a última
pessoa a ver Faith viva. Ela se suicidou na Itália e mesmo morta tenta ofuscar
a protagonista Phoebe. Faith parece uma ironia e um paradoxo, pois é como se incitasse
a irmão a ter fé e seguir seus passos como se sua alma precisasse de libertação.
Sabemos que só... Bem, Faith permeia
toda história desde o início quando o novo namorado da mãe não agrada Phoebe
nem a ideia de mudança, assim ela parte sozinha para encontrar a si mesma. É
uma jornada já imaginada por todos nós e vamos com Phoebe atravessar o Atlântico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário