todos
os sentidos estão afogados nas ruas
em
casa a privação tem malícia e sarcasmo no marasmo pasmo com a cegueira das
almas
celeiro
das inundações cultivadas na própria palma suja de neutralidade
a
cidade grita sua fumaça exigente na furtividade do concreto
todo
torto reto é frio à indiferença das metades virando ⅓ deste contexto
jogado fora
olha
a hora olha a hora não há tempo para achar o lugar do cansaço nas olheiras de
aço intolerante aos atrasos
estou
cego por ver tanto descaso descalço caminhando calmo sobre os acidentes diários
da imprudência
a
previdência fez sua prévia fúnebre adornada dos lamentos lascando o povo com os
pagamentos da corrupção
quanta
privação é necessária para nos despertar - esta gente proletária - e mandar
essa cafajestada para Maracangalha?
sente
sentido saindo sozinho pelas deficiências escalando a superação das aparências
sem sequer sentir o absolutamente nada
apenas
chega ao lado das limitações para seguir vestindo novas mortalhas.
(às
15h53, Rafael Belo, quinta-feira, 8 de dezembro de 2016).
Um comentário:
Descreve bem o caos atual!
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