por Rafael Belo
Escandalizados
estão os corações neste momento de orfandade. Foi-lhes dito: o amor morreu.
Mas, confusos, cada coração o matou do seu jeito e deixou para a posteridade a
dor atribuída a este diminutivo derivado de fragmentos. Só poderiam despedaçar
em uma automutilação lenta e selvagem. Uma gritaria convulsiva postada em todas
as redes sociais saturadas de exposição recebeu curtidas para constar: eu
presto atenção!
Eu
ali, um pouco em cada pedaço, fazia estardalhaço com pequenos dramas na lama
das plateias íntimas. Há uma descrença, uma falta de fé dolorida, mas a
comitiva ateia acredita no sofrimento, na pobreza de sentimento chamada na
superfície da poeira de qualquer nome. Porém, toda a preferência é para chamar
de Amor. Chamando assim também, o outro no próximo relacionamento em um
desmembramento de desejos repetidos e continuados neste quebra- cabeças
tumultuado.
Vendo-me
a preço de banana… Não, me perdoe a descontração. Estou todo contraído aqui me
vendo esquartejado no meu suicídio. Nesta projeção querendo velocidade nas
expectativas rabiscadas no rascunho dos papéis amassados já no lixo. Como um
bicho, mexo, remexo… Sou prolixo. Reaproveito restos de celas para formar novas
prisões em outras versões disfarçadas de projetos de entrega, ali só para o
esfrega-esfrega na minha cara fingindo não perceber o novo no velho não
querendo morrer.
Conto
as decepções as remoendo, me doendo de mim novamente, vítima dependente do
vitimismo. Arranco um olho para ver se viro rei.Mas, ei! Que rei sou eu?
Arrogante e egoísta, machista em um mundo de mulheres. Ainda sou mulher usando
do outro gênero para me negar rainha. Vivo das migalhas do que fizeram do amor
porque se tiver O Amor serei livre de verdade e com a liberdade de verdade, não
sei lidar.
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