por
Rafael Belo
Há
tantas formas de se relacionar nesta extensão virtual de nós. Tornamo-nos
trocadores de likes, interpretadores de indiretas, avaliadores de hahaha, desculpe
é haha só, uau, amei e grr. Na hora do diálogo aparecem centenas de páginas em
branco e sorrisos amarelos. Naturalmente é possível ir para os ditos
finalmentes sem antes, durante e depois. Mas, nosso coração está distante dos
nossos pensamentos e mesmo assim eles estão em conflito. Ao mesmo tempo do
querer, há o medo de sofrer e de se machucar de novo. Quando vamos em
fragmentos para onde deveríamos estar inteiros nada acontece de verdade, é só
um trailer bem editado.
O
filme na verdade é bem ruim nem valeria à pena assistir porque a vida não é um
filme, porém, precisamos praticar para aprender e nos permitir. Somos protagonistas
mesmo em plena amnésia alucinatória do nosso amador coadjuvante, escrevemos
nossa história. Óbvio. Existe o medo, a insegurança e todos os obstáculos para
vencermos. Demoramos para entender e, às vezes, nem entendemos qual é o nosso
caminho, mas temos uma necessidade imensa de compartilhar, torcer por alguém,
ter alguém ao nosso lado, mas quase a totalidade dos nossos relacionamentos
estão longe do Amor. Cobramos presença, reciprocidade, satisfação, atenção,
carinho... Amar é espontâneo, é soma, é liberdade, leveza e totalmente de
graça.
Se
precisarmos cobrar, já tem algo errado fazendo ruídos de correntes arrastando no
chão. Não nascemos para sofrer, nem perder, é uma questão de ângulos do olhar.
Estamos evoluindo – ou pelo menos deveríamos. Honestidade e sinceridade são os
melhores guias e olhar pela visão da outra pessoa também. Não somos donos de
nada nem ninguém. No entanto, jogamos expectativas para toda parte e deixamos
de somar para dividir, diminuir... Vejo anulação, acúmulos, parcialidades e
submissão por toda parte, presentes em relações nada saudáveis. O Amor não é
cego. Cegos somos nós com nossa arrogância e egoísmo pintados na aparência,
peso, conhecimento e tão pouco discernimento quanto à pequenez da alma. É fácil
matar a palavra amor e seus derivados, mas o verbo, a encarnação Amor não
acaba, não morre.
Somos
fortalecidos por Ele. Os relacionamentos vividos por mim e aqueles do meu
conhecimento não me deixaram hoje só, pelo contrário, me esvaziaram de
preconceitos e clichês para um novo eu crescer. Precisamos estar bem e saber
sermos inteiros para abrirmos a mais tenra intimidade para o outro. Não aquele
a nos completar, mas a caminhar conosco. Somos completos. Somos inteiros. Quando
formamos casais de qualquer gênero só precisamos estar dispostos e disponíveis
a sermos mais livres, além de entender o caminhar juntos, mas individualmente
nós mesmos. Até lá, viveremos fragmentos, lampejos, pequenas luzes refletidas
do Amor.
Um comentário:
......até lá viveremos fragmentos...perfeito! Somos sempre inteiros!
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