Por
Rafael Belo
Há
uma falsa autenticidade fundindo mentes por aqui, espalhando uma fumaça espessa
e tóxica contaminado outros cérebros por aí. Não há controle da verdade, da
mentira, há só um compartilhar argumentado na violência neste acúmulo de aparência
no cúmulo de tantos materiais estocados. Estamos minerando na web nossos guetos
aprofundados nas nossas zonas de conforto, ainda assim acionamos nosso RH
pessoal para dizer ao contrário. Nosso pior e nosso melhor acabam expostos ao
avesso da foto postada, a opinião revelada naquele ódio da obrigatoriedade de
ser feliz.
Na
há limites no acesso à informação, mas a simplificação pula o meio, vai direto
da constatação para o fim e a caminhada não pôde ensinar porque não foi feita. Então,
vem um novo neologismo: a pós-verdade. É propaganda política, guerrilha de
contrainformação, a emoção antes e mais focada enquanto os fatos são ignorados.
As impressões viram notícias emocionadas e a falsa tolerância nada mais é além
de um disfarce da intolerância. Você já se distanciou para enxergar melhor o
quanto iguais são os pareceres de quem exalta ter opiniões diferentes?
Enquanto
se exalta amor, religião e paz se produz desamor, descrença e guerra...Só falta
clareza e vontade de se desapegar do emocional conectado a cada razão,
simplesmente porque aí está nossa zona de conforto. Não queremos realmente nos
incomodar, causar estranhamento com nossos iguais, com nós mesmos quando
acontece ficamos birrentos e xingamos, mentimos, difamamos, caluniamos, injuriamos,
acabamos com o jogo porque a bola é nossa, ocultamos e excluímos, afinal nossa
razão é a melhor. Gritamos uma soberania inexistente dando espaço para as
serpentes nos abraçarem sem peçonha para – apertados – morrermos.
Ao
mesmo tempo as peçonhentas continuam a inocular seu veneno em nós,
principalmente, nos olhos, na língua, nos ouvidos e no pensamento. Então,
capitalizamos nossa identidade. Aceitamos as pessoas amarem nosso corpo e bens,
somos constantemente abusados, no entanto estamos mais perto de permitir aos
seres humanos Amarem nossa mente, coração e Alma, ou seja, nos libertar. Mas estamos
diante de incontáveis espelhos sempre percorrendo um corredor de reflexos e não
vemos nada diferente de nós. Por isso, a pergunta flutuante é: quem somos nós?
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