segunda-feira, abril 03, 2017

Quem somos nós?



Por Rafael Belo

Há uma falsa autenticidade fundindo mentes por aqui, espalhando uma fumaça espessa e tóxica contaminado outros cérebros por aí. Não há controle da verdade, da mentira, há só um compartilhar argumentado na violência neste acúmulo de aparência no cúmulo de tantos materiais estocados. Estamos minerando na web nossos guetos aprofundados nas nossas zonas de conforto, ainda assim acionamos nosso RH pessoal para dizer ao contrário. Nosso pior e nosso melhor acabam expostos ao avesso da foto postada, a opinião revelada naquele ódio da obrigatoriedade de ser feliz.

Na há limites no acesso à informação, mas a simplificação pula o meio, vai direto da constatação para o fim e a caminhada não pôde ensinar porque não foi feita. Então, vem um novo neologismo: a pós-verdade. É propaganda política, guerrilha de contrainformação, a emoção antes e mais focada enquanto os fatos são ignorados. As impressões viram notícias emocionadas e a falsa tolerância nada mais é além de um disfarce da intolerância. Você já se distanciou para enxergar melhor o quanto iguais são os pareceres de quem exalta ter opiniões diferentes?

Enquanto se exalta amor, religião e paz se produz desamor, descrença e guerra...Só falta clareza e vontade de se desapegar do emocional conectado a cada razão, simplesmente porque aí está nossa zona de conforto. Não queremos realmente nos incomodar, causar estranhamento com nossos iguais, com nós mesmos quando acontece ficamos birrentos e xingamos, mentimos, difamamos, caluniamos, injuriamos, acabamos com o jogo porque a bola é nossa, ocultamos e excluímos, afinal nossa razão é a melhor. Gritamos uma soberania inexistente dando espaço para as serpentes nos abraçarem sem peçonha para – apertados – morrermos.


Ao mesmo tempo as peçonhentas continuam a inocular seu veneno em nós, principalmente, nos olhos, na língua, nos ouvidos e no pensamento. Então, capitalizamos nossa identidade. Aceitamos as pessoas amarem nosso corpo e bens, somos constantemente abusados, no entanto estamos mais perto de permitir aos seres humanos Amarem nossa mente, coração e Alma, ou seja, nos libertar. Mas estamos diante de incontáveis espelhos sempre percorrendo um corredor de reflexos e não vemos nada diferente de nós. Por isso, a pergunta flutuante é: quem somos nós?

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