por Rafael Belo
Lá estava
ela. Mesmo ponto, mesmo jeito, mesma fala como um reloginho. Ela achava ter
caído de amores. Mariara tinha caído sim, caído em uma forma de escravidão
sentimental. Caiu e não levantou. Bem até ser rejeitada por mais um canalha. Aí
levantou. Quando estava aparentemente sem marcas, livre… Aprisionou-se
novamente. Caiu e esqueceu de usar as mãos. Mas já era outra Mariara…
Quando
percebeu os sinais. Gritou: não quero mais. Mas, o novo canalha tentou de todo
jeito. Ela pensou: talvez este sujeito tenha solução. Qual nada! Queria
vingança pela rejeição! Mais uma vez Mariara estava estatelada… Lá do chão
jurou ao coração não ser mais pisada. Levantou era a própria Liberdade. Mostrou
todo o poder lá dentro dela esperando até ela ser acordada. Mariara adotará o
sobrenome Liberdade.
Mariara
Liberdade agora era feliz sozinha. Não era impossível. Era necessário. Comprou
um aquário… Achava ser assim a vida destes homens otários: fazendo nada pra lá
e pra cá… Ainda arrastando os outros para afundar. Quando se apaixonou
novamente era diferente. Ela via a frente todas às possibilidades. Não era só
ele. Não era só ela. Cada um tinha sua individualidade toda a própria aquarela.
Ela parou na
janela e já não escutava os gritos de socorro do coração. Só via liberdade e
nunca tinha se sentido tão livre. Hoje ia sair sozinha. Não era obrigada a
nada. Veria as amigas, contaria as novidades e sairia andando pela cidade. Nem
precisaria ser sozinha como nunca foi, mas achou ser. Andava com ela tatuada
uma série de lembranças minimizadas. Uma corrente prendendo um aquário em um
acumulado de nada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário