terça-feira, julho 18, 2017

deixe o inverno ser



migram pássaros para quentes espaços no silencioso estardalhaço de sobreviver
instigam o abraço de cada mulher de aço oferecendo ninhos temporários para quem precisa crescer
florescer pequenos invernos fraternos direto do poro solo do conviver
vir ver viver cada caída temperatura do topo das alturas de quem não sabe querer

rompe na pele toda uma floresta de galhos no entreter intrigam quem não pode ser ilusão e é multidão fria secando ao estremecer
entortam os trens polares formados no verão com tanta solidão no arroxear do close das flores abertas sozinhas enquantos outras vão fechadas sem saber
com a própria leveza congelam o olhar do extremo alvo alvorecer e algo dentro de nós passa a aquecer

é preciso dar o primeiro passo até para as asas ascenderem e deixarem de manter
o sopro frio do inverno na nuca nua tentando tremer toda a rua começando por você

caminhante esquecido desfavorecido pelos temperamentos caindo como folhas no seco tempo a nos perder

quando o inverno fica desperdiça todo o fogo dispersa a friaca apaga quem atiça a fornalha com a brasa coronária da chama divina detalhando decididamente a hibernação do nosso ocorrer.


+ às 10h43, Rafael Belo, terça-feira, 18 de julho de 2017+

Nenhum comentário: