segunda-feira, julho 24, 2017

cair em si





por Rafael Belo

Vivemos em busca de algo. Queremos nos sentir bem e, às vezes, reviver aquele momento onde tivemos paz. Só de lembrar os olhos brilham e lacrimejam de alegria, quando não escorre uma lágrima abusada, não é? Mas, por melhor ser recordar, importante mesmo é viver neste agora. Infelizmente, queremos acreditar nas propagandas, no capitalismo selvagem e saímos comprando coisas, vendendo imagens, querendo possuir pessoas e katabum: eis a felicidade. Opa! Não! É o avesso disso.

Tudo isso, consequentemente, cria um ciclo de vícios de erros e infelicidade. Violentamos nossa mente, nosso coração, nossa alma e nos afastamos do lugar onde mais deveríamos estar. Chegamos e partimos achando estarmos vivendo com tudo culpando os outros e o mundo. Geramos violência e nos machucamos, mas não há culpa nisso. Culpa só causa mais violência. E agredindo a nós mesmos deixamos de assumir quaisquer coisas e só queremos dormir. Temos de assumir nossos atos e acordar. Ah, e a felicidade? Só podemos ser felizes se despertamos a paz.

Então, pedimos, rezamos,  oramos, nos anestesiamos de todas as formas e, claro, mentimos. Não agimos e queremos barganhar com a natureza, com o tempo, com nossa religião… E nos religamos por acaso? Embriagamos-nos das ilusões mais perdidas nesta nossa inabilidade  compartilhando responsabilidade e fraudes acabando por desistir ficando com uma falsa estabilidade e paz. Pedimos paz, exigimos paz, berramos por paz, ordenamos paz sem saber o significado, mas onde está a paz?


 Deus, na sua fé, na sua crença, em um lugar, em uma pessoa, em um animal, em um livro, em uma canção, no seu trabalho, na sua família, na sua habilidade, mas não está só nisso nem apenas Nele. A paz não nos invade ou está acessível fisicamente, virtualmente… Ela é uma busca dentro de nós. Não paramos de procurar a paz, mas ela está em nosso coração, na quietude da mente, no sossego da alma… É preciso calma para alcançá-los. Respirar fundo e sorrir para fechar os olhos e mergulhar no tal cair em si. Aí nasce a paz.

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