sexta-feira, julho 28, 2017

Terei uma chance de tentar? (miniconto)





por Rafael Belo

Violência era meu canto. Havia êxtase, alegria… Talvez um filosofia de mosca sem asas de bar deturpada. Batia embevecida pelo meu pranto. Não eram minhas as lágrimas. Eram páginas não escritas do livro do agora de outrem. Quem sabe estímulo de Whey Protein ou alguma fórmula exaltada da forma do corpo vazio. Ok! Há algo preenchendo, mas me esvazia quando arrebento quem considero mal. Meu julgamento anormal destilação muita movimentação.

De antemão lanço meu braço. Todos dão um passo para trás. Antes um impulso por um espaço aberto para saltar com impacto o estardalhaço desta falência social. Está tudo tão desigual que a única forma de extravasar é a extravagância de matar. Lutar uma reforma em forma militar. Quando a contenção inclui ruins e bons pelo único motivo de um não excluir o outro. A dualidade é uma rivalidade inexistente persistente para facilitar marcar, sacramentar e demonizar. Militalizar é a força e organização estratégica de retomada. É função. Nada de democracia. São eles ou nós.

Sós seguindo o efeito manada. Subindo e descendo escadas da maneira mais popular. Não falta ar até chegar ao mar e ver o primeiro albatroz pousar. Vítimas e algozes de uma guerra civil. Esta também faliu antes mesmo de estrear. Sou Estrela tentando brilhar como meu nome, mas já inexisto há mil anos-luz. De imediato sou um sentimento afogado, um suicídio da evolução que eu preciso. Há exatos tempos incontáveis tudo era o mesmo e eu era um beijo a cada tacape. Hoje o homem continua sem nada de sapiens e muito de das pedras ainda pensando em ser neandertal.

Estou aqui quebrando tudo achando absurdo ter que ouvir estas pedras atiradas como pétalas. São pérolas raivosas as quais a gente não releva. Por isso, o quebra-quebra é pouco. Mas, quem me vê de fora acha que por dentro sou lago, não este mar agitado predicado do pretérito-mais-que-perfeito estereótipo do próprio defeito. Rótulo de etiquetas equivocadas sujeito mineiro catalogado por Drummond. Sou o som contrário deste articulado “tenha calma”. Sou sujeita, sujeita à irritação. Quem sabe não seja esta a purificação...

Não há como apaziguar uma multidão tentando encontrar a paz libertando mais de cinco mil anos de escravidão. Sei, de antemão, a necessidade de guerra pela minha paz. A antecipação é apenas estratégia. Sou palco e plateia vendo e atuando ao mesmo tempo a interpretação desta paz, mas quais materiais derivam do capaz para a conjugação do faz para a gente despertar? Esta sensação deve arrepiar só quando a gente começar a cansar. Aí vem a pergunta: terei uma chance de tentar?

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