pacato
silêncio invasor escorre ao meu redor aos poucos
desolado
olhar perturbador praticando o sofrimento nos outros
todos
toldos levados pelas tempestades carentes
entredentes
falando da intensidade do jogo
estridente
recado revelador ressuscitando mais um morto
solto
sem saber selar a identidade rompida na barragem
mensagem
ensurdecedora revelando médicos e monstros
em
desacato a vida ferida pela lama retida na correnteza
caem
árvores pelo ar na certeza de nascerem floresta
rigorosamente
resta o dissabor do dessabor na esticada língua
viva
perversa revidando socos transformando tudo em festa
curvando
imaginário chapéus para os céus que outra chuva pinta
ah,
acolhedor espaço dos loucos usando nos dedos tinta
passando
pela pele pesadas cores de alvo alvos e respinga
pela
eternidade das cicatrizes a marca da fala de atores e atrizes.
(às 10h55, Rafael Belo, quinta, 26 de
novembro de 2015)
Um comentário:
Poema maravilhoso que retrata o sofrimento das pessoas da cidade de Mariana em Minas Gerais.
Tragédia assustadora que talvez,nunca acontecerá novamentdae.E as feridas deixadas pelo acontecimento,jamais cicatrizarão.
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