terça-feira, novembro 10, 2015

Sem saber contar


O aroma das flores invadia era dia
como não foi e nunca mais será
pingava dos olhos desfocados selvageria mais mania
de forçar ser o não permanecerá

falhava a memória em falsa nostalgia dissintonia
Alzheimer negativo da mente a se esfacelar
direto na cratera da lua serenando a fria apologia
esfera imaginária na ilusão daquele satélite buscar

românticos de lua cheia devaneia hipocrisia fina
olhando o horizonte de esguelha o sol a paquerar
coração na incisão da noite arritmia disritmia
cirurgia clandestina a anestesiar a dor para chegar

chegou... Uma noite de dia e o aroma das flores ainda permanecia no meio da tarde anônimo pela manhã nas cores que ele mesmo fazia pela manha que cria algo impossível de contar o tempo [até contar sem saber].


(às 17h54, Rafael Belo, segunda, 09 de novembro de 2015)