segunda-feira, julho 31, 2017

Demasiadamente poder ser




por  Rafael Belo

Amanhece mais um dia e ele vem cheio de empatia para a gente conquistar a liberdade. Esta conexão de um sentimento total dentro de nós transpassando a solidariedade instantaneamente é como tirar férias das coisas materiais e, finalmente, ser humano. Sentir não só o próximo, mas o sentimento dele. Não apenas curtir, compartilhar, fazer um novo post e textão, mas pertencer também a uma dor, a uma preocupação e a uma alegria. Um coletivo movimento verdadeiro como a natureza. Veja o mar. Ele beija em ondas pelo impulso dos ventos toda a praia, molda as pedras, se arrebenta e todo este entorno vai com ele...

Não percebeu? Se o mar está agitado tudo ao redor também está. Nunca sentiu isso? Aquela mudança no ar indicando chuva, perigo, alguém se aproximando ou alguma coisa prestes a acontecer chamados por nós de intuição? Com certeza em algum momento da tua vida já. Então, isto é empatia. Intuição é uma simplificação desta nossa sinergia e sincronização, mas aos poucos vamos avançando em direção da idade e ela vem nos encarando até o inevitável encontro. Ao nos misturarmos nos afastamos deste nosso sentimento original capaz de sacramentar o pertencimento e culpamos o tempo ou alguma faixa etária a qual passamos.

Pertencemos a tudo sem ser propriedade de nada. Feche os olhos e respire bem devagar e saberá sobre isso de imediato. Nós multiplicamos, dividimos, somamos, mas aprendemos menos a diminuir de forma grossa, pejorativa e de afastamento. Estamos enganando quem? Este corpo acaba a cada novo dia e se não estamos em sintonia com nossa divisão... Caímos na repetição. O telefone toca e sem ver o identificador ou qualquer razão plausível você sabe quem está ligando... Bem, já sabe. Mas temos medo de dividir e de somar e ficamos só olhando sem sequer ter argumentos ou saber de onde vem este discurso usado ou pior, sem sequer pensar no significado real dele.


Está em nossas mãos este elo inquebrável nos igualando diferentemente uns aos outros de não estar e se colocar ali naquele sentimento e situação, mas viver aquilo. Estamos psicologicamente, emocionalmente e espiritualmente sentindo porque somos espíritos perdidos em uma competição por vazios, por belezas, por troféus, por relacionamentos falidos, por dinheiro e poder. Você sentir algo pertencente a outrem não é um fardo é realmente entendê-lo tornando tudo mais leve, célebre e divino em um pulsar tão humano quanto demasiadamente se pode ser como as ondas, raízes e conexões em nossas palmas, só olhe e deixe. 

Um comentário:

Anônimo disse...

... Está em nossas mãos....só okhe e deixe!