por Rafael Belo
Há um medo vestido em nós desde a
infância. Criança não pode ser criança. Já nasce e tem que ser capacitada para
competir e ser a melhor. Pautar-se nos padrões e se elevar. Recebemos recomendações,
muitos não pode e não faça, aprendemos a lidar com o outro, a como se vestir
como se comportar, como... Como... Como... E por aí vai. Mas, como ser nós
mesmos não sabemos. Ninguém sabe ao certo, né?! Este incentivo de conhecer quem
somos e quem queremos ser praticamente não existe. Isso aprendemos na marra,
quebrando os dentes na queda, despedaçando o coração mal-utilizado, quebrando a
cara metafórica e literalmente... Então, quando nos descobrimos viramos
rebeldes.
Nossa rebeldia é por não seguir os
padrões, por termos opinião, por termos atitude, por termos independência, por
destroçar paradigmas, por expressar quem realmente somos... Assim, podemos
mudar o mundo, não podemos? Quantos considerados gênios não mudaram? Basta uma googlada para confirmamos que eles podem
ser considerados rebeldes. Fora dos padrões, diferentes, atrevidos, ousados,
cheios de atitude e já sabemos o fim da história: eles mudaram o mundo. As rebeliões
são necessárias porque no conceito das palavras é uma ação contra algo pré-estabelecido.
Ficar calado, reclamando, sem ação,
não muda nada. Rebeldia vem do latim REBELLIS
que vem a ser insurgente, rebelde. Por sua vez vem de REBELLARE (Re significa
contra e Bellare, guerrear). Precisamos
contraguerrear diariamente o comodismo, o achismo, o preconceito, esta tentativa
de dizer que somos diferentes para nos encaixotar em outras caixas, nos
robotizar, nos dizer o que fazer, como fazer e quando fazer... Como não ser
rebelde neste mundo que invertemos todo? Seguir os padrões, os patrões e fingir
que nada está acontecendo, que nada vai mudar e simplesmente um suicídio da
própria evolução.
Este mundo de arco-íris pintado em
frases copiadas, em fotos tratadas em ângulos testados e retestados para a
aprovação das pessoas interagindo nas mídias digitais é tão obsessivo e cria
uma possessão inexistente neste mundo onde nada possuímos. Tudo bem que podemos
nem querer mudar o mundo, mas é impossível não ter nada para mudar em nós
mesmos, ao nosso redor, no nosso quintal, na nossa cidade, algo que possamos
fazer para melhorar a vida de outrem... Deixemos a passividade de lado para
sermos passionais porque se acreditamos em vida depois da morte física teremos
muito que responder e se não acreditamos tudo o que temos é esta vida. E se
este não é um bom motivo para ser rebelde, o seja para ser mais você.
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