segunda-feira, novembro 13, 2017

A necessidade da rebeldia



por Rafael Belo

Há um medo vestido em nós desde a infância. Criança não pode ser criança. Já nasce e tem que ser capacitada para competir e ser a melhor. Pautar-se nos padrões e se elevar. Recebemos recomendações, muitos não pode e não faça, aprendemos a lidar com o outro, a como se vestir como se comportar, como... Como... Como... E por aí vai. Mas, como ser nós mesmos não sabemos. Ninguém sabe ao certo, né?! Este incentivo de conhecer quem somos e quem queremos ser praticamente não existe. Isso aprendemos na marra, quebrando os dentes na queda, despedaçando o coração mal-utilizado, quebrando a cara metafórica e literalmente... Então, quando nos descobrimos viramos rebeldes.

Nossa rebeldia é por não seguir os padrões, por termos opinião, por termos atitude, por termos independência, por destroçar paradigmas, por expressar quem realmente somos... Assim, podemos mudar o mundo, não podemos? Quantos considerados gênios não mudaram? Basta uma googlada para confirmamos que eles podem ser considerados rebeldes. Fora dos padrões, diferentes, atrevidos, ousados, cheios de atitude e já sabemos o fim da história: eles mudaram o mundo. As rebeliões são necessárias porque no conceito das palavras é uma ação contra algo pré-estabelecido.

Ficar calado, reclamando, sem ação, não muda nada. Rebeldia vem do latim REBELLIS que vem a ser insurgente, rebelde. Por sua vez vem de REBELLARE (Re significa contra e Bellare, guerrear). Precisamos contraguerrear diariamente o comodismo, o achismo, o preconceito, esta tentativa de dizer que somos diferentes para nos encaixotar em outras caixas, nos robotizar, nos dizer o que fazer, como fazer e quando fazer... Como não ser rebelde neste mundo que invertemos todo? Seguir os padrões, os patrões e fingir que nada está acontecendo, que nada vai mudar e simplesmente um suicídio da própria evolução.


Este mundo de arco-íris pintado em frases copiadas, em fotos tratadas em ângulos testados e retestados para a aprovação das pessoas interagindo nas mídias digitais é tão obsessivo e cria uma possessão inexistente neste mundo onde nada possuímos. Tudo bem que podemos nem querer mudar o mundo, mas é impossível não ter nada para mudar em nós mesmos, ao nosso redor, no nosso quintal, na nossa cidade, algo que possamos fazer para melhorar a vida de outrem... Deixemos a passividade de lado para sermos passionais porque se acreditamos em vida depois da morte física teremos muito que responder e se não acreditamos tudo o que temos é esta vida. E se este não é um bom motivo para ser rebelde, o seja para ser mais você.

Nenhum comentário: