sexta-feira, novembro 10, 2017

Quem pode... (miniconto)





por Rafael Belo


Eu já fui uma imitadora, uma seguidora de tendências e isso é passado. O passado é um ser esquisito que pode ficar para sempre ou desaparecer totalmente. Há muitas possibilidades nele porque ele é particular e realmente pode deixar de existir. Hoje eu o transformei em informações. Sabe? Como se eu o tivesse lido em um livro onde eu era a protagonista atrapalhada e em um paralelo ele foi minha primeira menstruação. Quando começou a parecer importar e eu já podia ser considerada “adulta”, já era rotina, apesar das cólicas que me deixavam extremamente assassina, então, eu me pego hoje no lado oposto de quem fui.

Entende? Depois que me dei por mim... Quando passei a acreditar na minha originalidade, na boa coisa que é ser diferente... Ficava estressada com quererem parecer comigo. Mas, aí me dei conte... É estranho ser imitada. É uma responsabilidade a me fazer melhor. Por quê? Porque preciso fazer o meu melhor o tempo todo. Este quê de condicionadora de padrões... Prefiro não ter esta etiqueta. Quero ser recondicionadora de padrões. Se posso errar? Claro! Só preciso reconhecer meus erros. Se já errei? Muito e sigo errando... Não são os mesmos erros, antes que você pergunte...

Fazer parte da seleta ala dos “influenciadores” é complexo porque este rótulo não se conquista é dado pela mídia. A gente só fazer o que pensa e acredita é de uma grandeza não misturadas a rótulos e etiquetas. Saber quem são os reais influenciadores mesmo vai além da exposição midiática. Você sabe que está entre esses quando falam diretamente contigo sobre algo que criou... Inspiração! É tão forte ser a inspiração de alguém. É normal negar ainda mais se for algo negativo o resultado da influência... Por mais claros e objetivos, que - impossivelmente - tentamos ser, a subjetividade é o óculos do mundo.


É totalmente incômodo pedir perdão por alguém cometer uma atrocidade em teu nome. Eu dei a ideia? Eu influenciei? Não obriguei nada nem ninguém... Mas, vamos fazer assim: para cada influência ruim que eu der, vocês cobram dos seus representantes, das autoridades algo que têm direito? Ok. Eu exagerei no vídeo, no textão... Mas justiça com as próprias mãos não resolve. Violência gera mais violência, gera medo, gera caos, um insegurança generalizada, cria uma onda negativa tão grande... Uma avalanche infinita soterrando todos. Estamos tão literais por falta de literatura ou tão estrategistas por excesso de jogos... Enfim, não virem haters, principalmente, meus. Vocês não precisam seguir meu suicídio social, calma gente só estou ficando offline temporariamente. Depois que minha vergonha passar eu volto. Peço perdão! Antes disso, quem pode me ajudar com...

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