por Rafael Belo
Todos os
olhares estavam nela. Ela era o ímã. A atração despertando tudo. Alguns estavam
boquiabertos outros sorriam sinceramente. Ela mexia os quadris com os ardis
aprendidos. Iam sutis e pontuais. Sua barriga tinha vida própria e seus ombros
pareciam ondas agitadas invadindo as praias.
Todo o corpo
dela ondulava. Até olhos comprometidos admiravam. Era uma hipnose em doses
voluntárias extraordinárias. Estava tudo azul e mesmo assim um vermelho denso
dominava. Ela dominava. Tentação! Desejo! Sedução! Eram ordinárias perto do
poder daquela mulher.
Ela era um
anjo caído cheio de graça! Flutuava delicada e forte como o encontro das águas
em mar aberto. Cada centímetro corpóreo dançava, arrepiava e emitia as melhores
vibrações. Ela era dança e música vivas. Causava frisson. Fascinação. A própria
sereia rainha atraindo todas as emoções para quem assistia, mas ela mesma nada
via. Estava focada naquela leveza, em estar no melhor lugar: nela mesma.
Encarava
alguns rostos, porém, não os via. Tudo o que importava era ela. Ela estava em
liberdade. Seu corpo era livre. Ela estava na maior imersão que jamais
estivera. Enquanto era a própria expressão da música só enxergava borrões. Na
mente dela ela era reprodução do que acontecia no palco. Ela desceu sem perder
o ritmo. Ela era o ritmo. Ela é o presente é o agora. Nas escadas fez
reverência para a vida enquanto acreditavam que ela agradecia os aplausos. Não
voltou para os bastidores. Seria sempre protagonista. Saiu apenas andando excelsa
e exultante vida afora. A música sai dela e a envolve Mulher. O palco é ela
própria a desmontar e montar quando quiser.
Um comentário:
Maravilhoso?
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