por Rafael Belo
Sinto-me
um tsunami. Não destruidora, não matadora, não perturbadora, mas uma força
incontrolável da natureza. Avassaladora na presença. Tão contente comigo mesma
a sorrir. Se estou amando? Bem-me-quero e provo ser a beleza física a menor das
atrações. Sou comum na aparência, mas sinto o próprio sol irradiando da minha
pele. Não me acho, mas tenho satisfação quando todos me olham e sorrio com o
olhar nos olhos dos desconhecidos e desconhecidas cruzando o meu caminho.
Eu
sou conexões sinápticas, sentimentais e ao mesmo tempo física, mas não carnal. Falo
de sensações quando o vento acaricia minha pele, quando o crush me toca de
maneira calculada ou no meio de uma distração. Vem uma emoção sabe? Tudo em mim
arrepia. Aí acontece de minha mente entrar na mente dele e a gente nem mente
mais... Conversa horas inteiras e, às vezes, é melhor que sexo banal, casual,
sem sentimento, só a necessidade do corpo de executar a excitação, de banir os
hormônios da mente para uma viagem corporal.
Mas,
quando mente e corpo viram sentimento... Aí estou perdida. Ah, eu me perco
toda. Sinto-me transcender. É como ver a chama nascer e se alastrar como se fosse
jogada em uma floresta seca no outono e este lugar fosse repleto de gás... Bom,
aí já viu né? É Bumm! E aqueles estralos todos do fogo parecem meu corpo
relaxando, meus ossos perdendo toda a tensão. Só para tirar o ene... Cara! Sim!
É um tesão incomum porque ... AAAA! Não tem explicação. É realmente se sentir
raro, especial, peça exclusiva neste mundo igual.
Assim
eu me sinto com um holofote me acompanhando no rolê. Como se eu fosse uma
foragida dos padrões da Justiça e do Bem do próximo no meio da Escuridão destes
rolê em busca de sentir e se divertir. Mas, não sou atração. Sou imã e dançando
com a vida rola beijos e quem sabe algo mais... Porque em um momento espontâneo
não importa se é momentâneo se eu me entrego à desconexão das coisas pequenas,
da matéria ingênua se achando a mais significante. É insignificante qualquer
coisa agora a não me fazer sentir. Isto sim é ser livre e se me quiser, me chame. Agora eu me chamo liberdade!
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