por
Rafael Belo
Por mais aparente clichê,
ainda é verdade. As pessoas adoram se enganar pelas aparências. A beleza segue
sendo a atração magnética mais forte do planeta, depois do dinheiro... Como a Lei
da Gravidade. Se for com o mesmo peso ou mais leve não ficará no ar. Cairá. Nariz
empinado sempre acaba quebrado. Mesmo naquele pedestal para quem tem traços nórdicos
e simétricos, principalmente. Mas quem agrada a olhos condicionados também tem
seu próprio pódio. Até o comportamento demonstrar ser possível provocar o
contrário, provar o avesso. Quando isso acontece, as aparências não enganam
mais.
A boa aparência nem
sempre se revela uma casca vazia e lustrosa, seria preconceito dizer algo tão superficial.
No entanto, poderia bastar uma estada nos nossos conceitos com duração indeterminada
e algo começa a cheirar como um cadáver em instantânea decomposição onde, há
instantes, ainda havia um corpo quente. Infelizmente, quando a falta de
conhecimento era maior e as diferenças sociais eram mais gritantes e menos
noticiadas, como mortes... Assim também era. Antes de nós e de toda nossa
árvore genealógica. Evoluímos no conhecimento, na tecnologia, mas e na educação
e consciência? Parecem banalizadas como o Amor. Assim com a maiúsculo mesmo
porque o minúsculo se tornou uma virose, uma despedida depois de qualquer
encontro.
Sabe? Como aquela
conversa forçada, aquela visita inconveniente... Aquele mal-entendido... Aquele
argumento inventado, oco... E o nariz começasse a mexer como se coçasse em um
ponto inalcançável. Ou começássemos a cantarolar “Desde os primórdios até hoje em dia, o Homem ainda faz o que o Macaco
fazia...”, evocando Homem Primata do Titãs? Comêssemos uma banana e nos tornássemos
extraordinários ícones contra o racismo? Então, continuamos pobres assim, podendo
sempre dizer: Ok! Te amo. Fingiríamos
nada ter acontecido e descascaríamos os colhões, e todos os abacaxis, rasgaríamos
as saias e continuaríamos endeusando atitudes simples (mais necessárias),
machucando nossos orgulhos feridos...
Seguiríamos esquecendo
Abdias do Nascimento (político e ativista social brasileiro, ícone da defesa da
cultura e igualdade dos afrodescendentes no Brasil). Abdias viraria um viral, reviraria na sepultura, se
transformaria em um Zumbi (dos Palmares) e experimentaria estes poucos cérebros escravos vazios da nossa sociedade. Fazendo tanto alarde nesta nossa espontaneidade
programada. Neste nosso sincero planejamento de passos na nossa sociedade de
exaltação do poder, glória, fama, do espalhar do tal glamour da beleza, da
falsa inocência e do cúmulo da ignorância. Beleza? Acaba não sendo relativa. Ganhamos
nossa própria relatividade e subimos na árvore de onde nasce o sol.
Um comentário:
Seguimos assim....as aparências continuam enganando...mas acredito ainda em um mundo diferente onde os valores sejam outros. mamys
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