quinta-feira, maio 08, 2014

pequeno veneno

tudo branco no preto, no entanto, no escuro, no apagar dos holofotes
é rolada a sorte / são jogados os dados tanto
no canto do urubu, toda vida é carniça é fome é um cozido cru/ nu à espreita de todo santo / cheio de velas na esfera do mesmo nome, em pranto
todos são considerados ninguém /ninguém pinta alguém de outra cor, cada aparente ator, some

pelo pequeno veneno vendendo como cura
o extremo selo da fissura, da loucura do estado
apagado, de tão sereno e caiu na noite
estrelada e fria / uma caligrafia assinada pela espada
na carne antiga /sina bandida, assassinada pelo ouro de tolo
no brilho do olho, feito garrancho no ranço são

multidão

não adianta ter a intenção / devaneio de pensamento
se a ação é só fragmento / despedaçado, despedaço fraco
nos frascos comprimidos do envolvimento / quase fingimento
a ganhar só por um momento fraterno / há momentos eternos.

(às 14h45, Rafael Belo, quarta-feira, 07 de maio de 2014)

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