por
Rafael Belo
Do outro lado da rua
espreita o desconhecido e deste lado também. Às vezes o medo se esconde de nós
mesmos, mas não nos deixa. O problema não é ter medo, este não é ruim pois nos
deixa alerta, atentos a tudo e pode nos salvar. No entanto, temer outra pessoa
é prisão. Já ouvi o grandioso sonho de alguém que mora nas comunidades e é
simplesmente não temer outro ser humano apenas por este estar passando na mesma
rua.
Esta é uma sensação generalizada
mesmo em quem causa medo porque o sente ao extremo também. Criamos uma bolha de
ausências e não sabemos mais sair ou permitir vivas presenças. São tantas aparências
criadas, imaginadas que podem acabar na mais leve brisa ou com um cumprimento. Há
um terrorismo social fantasiado por toda parte, sobretudo midiático.
Assim, o coração
constantemente cala acelerado, alterando a respiração e a dilatação das vistas,
mas quem em sã consciência confia no desconhecido? Não é tratar diferente ou
com deferência, é simplesmente não julgar. Dar oportunidade para conhecer
porque tudo nos é desconhecido até o contrário acontecer. Isto só acontece com
o tempo.
Com o tempo poderemos deixar
de temer outro ser humano pelo uso inverso de suas capacidades. Usaremos o medo
como nosso aliado, não o banindo mais entendendo o motivo dele estar ali e
deste também ser relacionado com nossos poderes. O que podemos ou não fazer ou
melhor o que devemos ou não fazer está na fragilidade da nossa confiança em nós
mesmos. E como fazer algo sem realmente confiar?
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