segunda-feira, março 16, 2015

É fácil



por Rafael Belo
Atentando-nos tem sempre alguém prestando atenção. Não importa nossa crença ou os pensamentos de quem nos vê porque este pode ser nós mesmo em um elevado grau de consciência sobre as consequências dos atos contínuos feitos por nós. Um deus lubrificante e “desinibidor” sempre cultuado é fermentado e destilado. Estas bebidas variam do social para o antissocial com a mesma velocidade dos copos virando e, então, lá se vai uma festa perdida em esquecimento alcoólico.

Fora as agressões e as amarras do monstro escondido na lucidez, o eu lubrificado acaba solto e corajoso há milhares de anos. A ardência no ar e o bafo inebriante vira briga de festa, de bar, daquele alvará de libertação, de fim de escravidão para àquela criatura confabulando na nossa mente querendo socar, reinar, os holofotes e o microfone para comandar aquele corpo, outro durante o dia, enquanto trabalha...

Própria mente conspirando para ir à forro, ser farra enquanto a música toca, durante a revelação daquele desconhecido dos outros e declarado estrangeiro por nós mesmo, mas não. Quem se revela não está escondido está lutando para ser quem dá bom dia ou grita bom dia por quê?!  Somos o álcool e a água e por não nos aceitarmos ignorantes perpétuos ignoramos a individualidade verdadeira e a diversão sem desculpas.


Embriagados estamos de olhares imaginados, de cobranças inválidas, de nos afogar turistas da vida consequência das nossas escolhas, mas não buscamos significados reais, queremos esquecer, nos iludir e festejar a vontade do prazer pelo prazer e não entender quem é o monstro e o significado de saber enquanto somos massa porque é fácil moldar e lidar com a ressaca com receitas caseiras e analgésicos industriais.

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