quarta-feira, março 04, 2015

vertigens




labirintos famintos devoram insaciáveis
os instáveis moradores de si

cantando em dissonante nota na cidade remota,
a anedota projetada no espelho um dia hospitaleiro
hospedado, agitado, no seu prolongado ano prisioneiro

rodando no próprio eixo, nos arredores por aí
sem saber ter onde ir indo liberto seu incerto interiorano


rasgados planos capitais sem cantos soltando ruas sem saídas
partidas pelas feridas escorridas das veias abertas

desertas da origem na vertigem
que nos trouxe até aqui


(Rafael Belo, às 15h29, terça-feira, 03 de março de 2015)

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