por Rafael Belo
Nossa vida é um
conto diante de seus inevitáveis sintomas. Na nossa inevitabilidade pensamos
gostar de coisas curtas, líquidas, mas talvez seja apenas nossa maneira de
lidar com tudo prolongando ou encurtando o mais rápido possível. Por isso, há
muitos caminhos para a verdade dentro da retornável caverna de Platão e suas
alegorias feitas das nossas sombras e das sombras de tudo que acontece fora de
nós. A Verdade É uma Caverna nas Montanhas
Negras traz à tona a família, a confiança, a jornada, a sobrevivência e o
que está no fim do caminho.
Neil Gaiman
conta seu conto levemente com Eddie Campbell nos pintando os traços da aventura
com sobras e cor. Adentramos na história imaginando como é perdoar a si mesmo
somente e as consequências dos julgamentos sobre nós. Seguimos esta trilha
desconhecida pelo caminho escolhido na velocidade empreitada pela nossa
consciência e ouvimos quem já esteve lá antes.
Mas a verdade
pode não ser a que precisamos e ao sair da caverna onde voltamos a entrar
constantemente nossa vida pode estar no fim ou no começo porque tudo é feito de
possibilidade, mas é preciso sair das sombras, se afastar da água fresca,
deixar o conforto de lado e ser a próxima possibilidade íntegra e próspera que
há em ti mesmo. O conto nos leva a diversas parábolas e nos conecta há muitas
histórias que já lemos.
É o que
esperamos de Gaiman e sua literatura fantástica nos atentar para detalhes grandiosos
fundamentais para escalarmos a montanha desconhecida dos nossos sentimentos e
do movimento constante do nosso universo sem ser cruel, civilizado ou condescendente
é justamente o reflexo criado por nós e àqueles a nossa volta. Vamos explorar
esta montanha em nós e desta aventura repleta de consciência e metáforas para
chegarmos a um local mais iluminado.
Editora: Intrínseca
páginas : 80
categoria: conto
Publicada incialmente em uma coletânea de contos do autor, A verdade é uma caverna nas Montanhas Negras é uma história fascinante sobre família, a busca por um tesouro e a descoberta de um mundo invisível. Em uma colaboração inédita, os personagens e as paisagens de Gaiman ganham forma com um traçado sombrio e impreciso do artista Eddie Campbell, e o resultado é uma obra que passeia entre o livro ilustrado e o graphic novel, desafiando os limites entre texto e imagem em uma explosão de cor e sombra, memória e arrependimento, vingança e, principalmente, amor.
2 comentários:
Tua letra parece muito com a minha.
Tua letra parece muito com a minha.
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