por Rafael Belo
São muitos
caminhos terminando no mesmo lugar, mas ao chegar lá não há ponto final
simplesmente porque não podemos parar. Ao chegarmos são tesouros diferentes a
nos esperar, a penetrar nos nossos olhos revelando uma melhora sem fim após a
conclusão de uma etapa. Estamos constantemente nos lapidando e aprendendo a
estender a mão diariamente, não recolhê-la.Há sempre o verde em algum lugar e
precisamos podar cada excesso para as mais belas borboletas pousarem.
Sem poses a
registrar apenas o entendimento da inexistência de preços, são valores cada
gesto partindo de nós, mas, infelizmente, vamos nos vendendo aos poucos. Assinamos
contratos sem ler nas entrelinhas e vamos desmatando nosso verde colocando
preço em tudo e desvalorizando os valores reais. Realmente sem saber as
consequências porque a distância é este caminho de se encher de nada.
É preciso
esvaziar. Dissipar a neblina surgindo diariamente de repente no meio de um
domingo colorido e ensolarado. Pairando nos nossos olhos, pesando em nossas
mãos como planetas inteiros particulares, invadindo nosso corpo para encobrir o
coração e se misturar a alma de uma forma a nos confundir. É fria a neblina a
nos isolar dos contornos e profundidades em nós mesmos e em cada pessoa e lugar
a nos rodear.
Longe desta
neblina, somando um passo ou dois, estão todas as borboletas pousando,
polinizando e colorindo contornos e conteúdos. Este bando de borboletas ou
panapaná só precisa ser avistado para a neblina se afastar pelo efeito do
coletivo de suas asas e, quem sabe, sentiremos como se enxergássemos realmente
pela primeira vez porque cada um tem seu próprio tesouro no caminho da verdade.
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