por Rafael
Belo
Nesta
sociedade constantemente machista, a desvalorização e a falsa valorização fazem
parte do cotidiano feminino. Você, Mulher, passa por provações diárias inimagináveis
para os homens. O desrespeito é diário e a objetização é absurda. Basta levantar
a cabeça para enxergar a relativização desta afronta cultural ao ser humano
Mulher. A força, a inteligência, a fé, a desenvoltura, a satisfação consigo
mesma no sorriso e a atitude exalam maior Beleza do que os traços físicos, as
curvas do corpo, a coloração do cabelo e as cores dos olhos. Enraivece-me ver este gênero masculino
babando, cobiçando, cheio de más intenções (e somente elas) ao ver tu, uma
mulher, sem te enxergar de fato.
As curvas do
cérebro nos diferem dos animais “comuns” feitos de reprodução, sono, descanso,
alimentação e morte. Não somos animais no cio desesperados por sexo disputando
uns aos outros o tempo todo, obrigados a ter alguém, impossibilitados de
sairmos sozinhos por gosto e vontade, cobrados a terminar a noite acompanhados.
Mas, estamos falando só do ser humano Mulher... Tu, Mulher, é dona de si mesma –
não há dúvida – o corpo é teu, não importa se estiver em total nudez (apesar do
atentado ao pudor), o pior atentado é esta sexualização de todos os atos
femininos. Não é porque tu aceitou em qualquer mídia social um qualquer que significa
está afim dele, não é motivo para saliências, intimidades ou qualquer
aproximação se tu o cumprimentar, olhar, oferecer uma gentileza...
Tu não
precisas de um(a) ficante, um(a) namorado, um(a) marido, um (a) amante, um (a)
amigo especial... Não precisas nem tem que sofrer para/por nada/ninguém...! Tu
és o que quiseres, quem quiser, quando quiser, se veste como se sentir melhor,
muda de opinião quantas vezes for preciso e sai sozinha sem ser perturbada sim
(seria ótimo se assim fosse). Não é puta, prostituta, garota de programa,
pervertida, ninfomaníaca, tarada, galinha, piranha ou qualquer um desses
absurdos ditos por aí. Tu sai com quantas pessoas quiser, se quiser praticar
sexo vai fazê-lo.... Tu és livre. Tu, Mulher,
não é acessível se não quiser. A palavra “Não”, tem o mesmo significado de
sempre. É uma negativa e pronto.
Tocar sem
permissão é crime! Falar pejorativamente, ironizar, assobiar ou qualquer gesto ofensivo
em relação à vocês, mulheres, não é permitido. Há machismo enraizado em toda
parte. Infelizmente, é cultural. É aos poucos que esta violência acaba. E mais
uma vez é preciso dizer: machismo não é o oposto de feminismo. Machismo é patriarcal. Vem seguindo preceitos
biblícos onde o homem é o líder, o pai de família, é absoluto enquanto a mulher
é submissa e obediente. Não há diferença na inteligência (dado o fato de
saberem da igualdade pode haver um pouco de superioridade aí para vocês meninas...),
não há qualquer tipo de inferioridade. A necessidade do feminismo é evidente. Ele
prega a igualdade de direitos para vocês, mulheres, e a libertação de toda esta
opressão e padrão social limitando tudo que é feminino.
Todo mundo
precisa de dignidade e ela precisa ser enraizada desde o ventre. A menina deve
ser livre para se descobrir e ter consciência do que a aguarda lá fora neste
mundo selvagem onde o homem pensa ser rei e a mulher parte de um inexistente
harém (e assim somos incentivados desde o berço). Há crianças, que serão mulheres, e têm a
obrigatoriedade vital de saberem não serem frágeis em hipótese alguma. Há crianças, que serão homens, e têm obrigatoriedade vital de saberem que a mulher é igual a ele. Há muitas
formas de driblar a testosterona masculina sem necessitar de um homem. A tua Beleza,
Mulher - você mesma - está na tua confiança, neste agora e em um futuro
possível onde tu possas andar livre sem se preocupar com quaisquer tipos de
violência nem com a necessidade de reafirmar diariamente teu papel, onde tu possas ter a segurança de ser simplesmente
quem é e, apesar das dificuldades, mostrar todo o poder já existente aí: nesta
mulher incrível que sempre foi.