por Rafael
Belo
Não havia humor por aqui. As cabeças estavam baixas. Cheias. Pensantes.
Um pesar doloroso nos esvaziava. Todo o meu bom humor tinha ficado para trás. Estava
ali diante de mais um fato degradante para a humanidade. Mais machistas
disfarçados, inclusive fogo amigo, “não é não, amiga?”. Eu precisava me
recuperar, precisava encontrar essa leveza. Minha natureza nunca foi assim,
sabe? Chumbada ao chão, buscando conforto... Não é confortável ter opinião,
própria, rir de si e da vida ou estou enganada?
Estou ora a esfregar os olhos, ora a esfregar a cabeça e me
emaranhar nos meus próprios cabelos só para sentir algo, entende? Agora estou
sozinha aqui. Todos foram embora. Com dor de cabeça e no estômago e fico
temporariamente de mau humor, mas já era para ter passado. Era para ser
passado. Você aí conhece algum médico? Oi? Psicológico?! Eu se. Sou louca
mesmo. Não, não estou dizendo isso. Quem buscar terapia não é necessariamente
louco, só teme ficar...
Eu não temo nada. Está bem... O coração dispara, tropeça quase
pára... Não! Iorc não muda meu humor. Mas, talvez eu ame te ver... Pode vir? Venha
me ver... Como assim indecisa?! Tem certeza? Eu não sou sim, sim, não, não...?
Eu só falo? Hummm sei. Será? Ok. Eu amenizo as coisas. Eles não foram embora. FORAM
LEVADOS! Não estou gritando, não. Impressão sua. Está bem. Eu conto. Tudo começou
há alguns dias. Viemos todos pelo dinheiro extra. Nesta altura do mês ninguém
tem nada faz tempo...
Quando chegamos para o experimento de humor. Eles disseram... Não?
Estava implícito, então... Não também?! Pode parar de me interromper?!! Só disseram
que acabariam com nossos problemas sentimentais. Eu só lembro da falta de
qualquer tipo de sentimento, principalmente do bom humor... Éramos muitos. Cada
vez que um perdia o bom humor era retirado daqui. Ficávamos no escuro de novo e
depois começava tudo de novo... Disseram que tiraram de um programa
humorístico... Oi? O nome do experimento? Acho que era Brasil, agora não sei
mais. Estão tentando mudar o nome para a gente esquecer... Esquecer de novo!
Um comentário:
Amei
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