terça-feira, agosto 15, 2017

nunca foi



foi conjugado sob pena de não rimar o amor diminuído
servido em um self service à quilo
cheio de juros e correções pesados por bocas vorazes corações partidos
divididos em desacreditados e sofridos
todos envolvidos no crime de matar o libertar

decepcionados amargurados por encontradas desilusões continuam confundindo paixões fulminantes matando em instantes toda uma idealização
cobra-se presença aparência inteligência mesmo na deficiência da contínua possessão
mais uma sessão de exorcismo físico mal sucedida está lá estendida mais uma perdida ilusão

não se muda quem se ama se não quer deixar mudo e paralítico de tudo o suposto amado
é amargo o ditado talhado a sangue bruto ferro enferrujado na ditadura do solitário acompanhado atura qualquer altura quem é amante de si primeiro

só é Feliz por inteiro quem sabe que nunca foi metade


+Rafael Belo, às 19h28, segunda-feira, 14 de agosto de 2017+

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