segunda-feira, outubro 23, 2017

Não há novidades




por Rafael Belo

Não há novidades acontecendo no mundo. Morte, histeria, fatalidades e tragédias. O mundo está ao contrário há muito tempo. Não é que a gente não repare, infelizmente é um costume se acostumar. Ando tão em silêncio ouvindo as pessoas reclamarem estarem sós ou da pessoa com elas. Reclamam do país, do emprego, da família, fazem críticas gratuitas aos amigos e conhecidos e falam mal de quem nem conhecem... O botão do pânico se instala e desinstala automaticamente como um vírus indetectável. Assassinatos, vinganças, assaltos, roubos, corrupção e alardeamos o fim do mundo outra vez.

É triste conviver com tantos fatos pesados e a forma de lidar com isso segue só dependendo de nós, mas não mantemos a palavra mesmo assim. Nós mentimos para nós mesmos, descombinamos o certo e desconhecemos nossas prioridades. Estamos flutuando pelo mundo sem objetivo algum sem nem cuidar do lugar onde vivemos. Perdemos. Fomos derrotados por aquela imagem alterada no espelho e nem temos a capacidade de reconhecer. Portanto, nem vamos perceber a necessidade da derrota, da dor transitória... Nós somos o Mal do mundo e poderíamos ser o Bem. Nossos interesses se sobrepõem ao coletivo ironicamente. Já reparou nossa “necessidade” de ser melhor que o outro?

Este ciclo infinito preso no looping de uma montanha-russa sem manutenção formam um padrão de desgraças e horrores atemporais. Basta ligar a televisão, assistir vídeos do youtube, acessar sites de notícias, fuçar nos perfis por aí... Não, né?! Estou equivocado demais. Nós recebemos tudo no whatsapp... Fake news, notícias reais e quaisquer tipos de revoltas rasas armadas de ignorância, intolerância, ódio e desarmadas de conhecimento e argumentos. Tu não achas que isso tudo ajuda a fomentar a situação na qual estamos preservando neste mundo e ainda assim desprezamos?


Tu tens feito algo para mudar a si e, ao menos, o seu redor? Fico pensando nesta tal liberdade onde nos tornamos pássaros, mas qual tipo de pássaros? Aí penso: algumas pessoas são como rios. Nunca passam por nós da mesma forma. Não podemos desperdiçar o mergulho, mas vivemos de desperdícios e desperdiçar. Somos como carniças esperando o urubu nos almoçar, mas também somos o urubu... Neste mundo impossível de desassociar do que consideramos espiritual quem é você, afinal?

Um comentário:

Anônimo disse...

Somos criticistas e juízes escondidos e amparados pelo anonimato do mundo cibernético.