quem olha de volta do espelho inteiro enrugado
marcado rosto desta montanha de pele empilhada
a voz está velha a orelha dobrada tudo vai tão devagar
enquanto envelheço sou aquilo que esqueço no tempo passado
já não sou o velho da história irritado nem o avô bonzinho amado
sou indigente parado na fila um encosto para o jovem apressado
uma carga avulsa no ônibus lotado equilibrado nas dores acuado
meu nariz não é meu vive vermelho me sinto o próprio palhaço
espaço desocupado da previdência onde fingem tomar providências
aposento a aparência levo as mãos ao rosto da paciência choro pelo
presente inexperiênte tentando gritar... O quanto sou gente.
+ Às 08h42,
Rafael Belo, terça-feira, 17 de outubro de 2017 +
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