por Rafael Belo
Desculpe se minha prosa parecer
outra dose violentamente jocosa de machismo, mas o anjo e o anjo caído vivem
ativos dentro da mulher. Esta poderosa imperfeição poética divina olhando
glamourosamente evoluída para a pequenez dos homens. Esta imperfeição nos cabe
tão masculinamente pobres querendo diminuir a sensação de inferioridade com
falsa sagacidade, falso bom-humor e a testosterona da violência pela atitude
incoerente e comportamento inadequado diariamente. Neste prestar atenção
superficial não há como se afogar, só quebrar o pescoço.
Nós, homens, somos crianças e
adolescentes em uma Terra do Nunca consciente persistentes no erro de querer
sempre dominar. A mulher arruma o cabelo atrás da orelha, dá um meio sorriso, endireita
o corpo e o homem acende a luz errada de alerta. Pensamos tudo ser flerte nesta
nossa carência, mas a musa poética é independente e pode ser apenas uma
indireta com delay, já não é mais para ela, o clima passou, o rolê agora é
outro.
Aquele sabor parecendo o melhor bem
estar já bugou, molhou totalmente, não está mais aberta a janela da
oportunidade e isto pode ser uma eternidade ou passar antes do olho piscar. Repare
bem nem anjo nem anjo caído à mulher. Ela tem o ar adquirido de todo o próprio
penar. Há exceções, mas veja bem nunca fui mulher não posso dizer como brilhar
nesta pele, como aturar interrupções constantes, obstáculos falantes, viver
tendo o tempo todo que se superar e provar. Este é o meu olhar. Se acredita em
anjos e anjos caídos, tenho certeza que eles dariam as asas para ter a força e
determinação femininas. Fariam o que pela Alma?
Neste mundo de aparências, Vinicius
de Moraes pediu perdão as feias para exaltar as bonitas na boemia dele falando
da essência de se ter beleza, mas eu acredito no poeta. Ele falava além do
enxergar dos olhos e os padrões mudam com o tempo. Elas podem tentar, guardar,
voar, derrubar, só precisam acreditar nos detalhes delas mesmas, nas
evidências, nas entrelinhas, no protagonismo e antagonismo mesmo nem tudo sendo
poesia, poesia é tudo e seria nada se não fosse a alma feminina.
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