segunda-feira, agosto 18, 2014

Deposição do eu – por Rafael Belo



Há tantos limites impostos e depostos por aí, mas não chegam a confundir. As linhas imaginárias vão até o outro formando quatro paredes intocadas, local do único limite a ser respeitado. Todos os outros cabem aí. Se respeitamos o espaço e direto do outro cumprimos leis e normas gerais. Moral e ética passam, finalmente, a serem diariamente parte de nós. Desatando conteúdo e força de vontade há outros limites além da razão.

Limitações físicas? Ah, elas existem e surgem, porém as mentais só nós mesmos as deixamos nos gradear ou permitimos outros o fazerem por nós. Há todas as possibilidades de sairmos e irmos bem longe para nosso horizonte distante. Esta constante alegação de ignorância é malandragem. Não sabia que não podia? Não sabia ser errado?

Sério mesmo? Fui induzido pela bebida, drogas? Vale para os outros, não vale para mim? Falsidade. Fingimento agudo. Falta de educação velada. Preocupação forçada, montada, plantada para gerar resultados. É educado dar atenção quando não se quer fazê-lo? Seria possível ser menos educado agindo desta forma? Agir como se nos preocupássemos é uma mentira. Uma mentira dupla.

Já cantarolávamos a legião urbana que mentir pra si mesmo é sempre a maior mentira Quase sem querer. Mas se há o quase foi por querer. Para mudar, para ser e fazer melhor é preciso aceitar o que fez e quem é. Não vamos nos forçar a esclarecer, a nos aborrecer ou aborrecer o outro. É preciso perceber a si, o outro e o mundo... Do contrário seremos apenas um olhar para longe, sem sinceridade, impostos a nossa própria diária deposição.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom....uma boa reflexão...mamys