Qualquer um
necessitado de ajuda, logo a via sendo a salvadora, o ombro amigo. Certa deixa,
Ternura armou seu melhor sorriso e disparou no auxílio de todo um grupo de
irmãos. Eram duas mulheres e dois homens. Não tinham nem 20 nem 30 anos, mas
perderam qualquer acúmulo material já conquistado. Ela deu além da metáfora da
palavra e criou limitações gerais. Não era mais o outro os limites, era si
mesmo.
Ternura nem era dona
deste nome. Ela era uma mentira. Seu nome verdadeiro, Tessália, fora deposto há
muito tempo. Mas, naquele tempo ela era ela mesma. Tinha percepção, no entanto era
submissa. Era menos carente, contudo era compensada pelas visitas furtivas de
ex-namorados na casa do ex-marido. Tinha compensações para tudo, mas alguém
disse ser essencial ser feliz.
Ternura restituíra
uma personalidade meiga, carinhosa, preocupada e solícita. Enfim, fazia jus ao
novo nome, mas sua carência só aumentava. Ela chorava escondida e falava pelos
cotovelos, não só os dela, mas dos outros também. Fingia ter um rumo, porém,
estava totalmente perdida. Precisava dizer a verdade, necessitava contar sua
história, não era possível esconder de si mesma tanta carência.
Ela se sentia um
cachorro dependente do dono até para comer a ração já posta. Ela queria a
presença desta pessoa inexistente, então foi presa na limitação da própria
sombra em paralelo com a luz no olhar. Ternura olhava incapaz de enxergar. Suas
lágrimas eram que choravam ela. Não havia mais eu naquela carcaça disposta ao
sol. Toda Ternura também tinha ido embora.
Um comentário:
Interessante......para que possamos refletir....mamys
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