terça-feira, novembro 01, 2016

Falsas bruxas



Escorrem lágrimas no vidro gotas no rosto
culturalmente exposto à janelas despedaçadas
um monte de nada acumulado em lugar nenhum
cores contrastando cancerígenas camuflando diariamente ditos entretenimento entrementes
intramuros o bruxismo rugindo trava a escalada das palavras pela boca
tudo volta do estômago em refluxo
e o repuxo do mar arrasta para o fundo

mundo dos moribundos das línguas mordidas e vozes penadas
perdendo penas pensadas apenas para voar

então se afogar na superfície do vazio quando a ressaca do mar revidar
com as falsas bruxas voltando a queimar.


(às 13h43, Rafael Belo, segunda, 31 de outubro de 2016)

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