quinta-feira, novembro 24, 2016

passa por pressa



passa o coelho branco veloz um borrão santo arremessando o tempo
estamos atrasados correndo em quedas por buracos do avesso nos desfazendo
diante do adiante com os ponteiros loucamente girando a cada 11 números se atropelando em segundos supostamente idênticos
vamos nos manipulando na corrida maluca do pós-moderno não existindo no ciclo confusamente dântico
pânico do agora outrora outra vez se repetindo enquanto vamos indo na mesma direção

rompendo a situação na inversão de todos os sentidos nossos passos são o caminho

para onde vão nossos pés é o lugar do nosso instante hesitante em não se repetir
coelho branco sentado no banco deixando sozinha pressa partir
e o segundo neste eterno milésimo arde à tarde enquanto o sol pára para nos ver se pôr
então a noite falha em nos fazer dormir queremos nosso tempo de volta para acontecer aqui.


(às 15h, Rafael Belo, quinta, 24 de novembro de 2016)

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