terça-feira, novembro 15, 2016

Imaginárias ondas



a independência grita presa no peito de um jeito que o sujeito precisa libertar
vários vazios vazam escorrem espontaneamente espaços espremidos
em qualquer lugar
comuns contradições contrárias como corais corados fora do mar

ondas imaginárias trazem e levam relevam nossos plágios apagam nossas digitais

ficamos sem controle quando o ar nos envolve acusando cópias descaradas nos deixando sem respirar
inóspita vontade de não morar de namorar a ventania sair carregando quem quer se levar
pelos estágios de se revelar vazio de coisas cheias

cantar cantos cromados de sereias com crostas camadas de eu acumulados nas poeiras onde cavamos nossas profundidades
sem autoridade a fragilidade despedaça o coração repleto de falta de Amor próprio
impróprios para nós mesmos desatamos desertos desolados de delegacos de tempestades de areias
enterrados na superfície doem todas as partes do ócio de se entregar parar de arrastar as correntes da alma e se autoassombrar
contraímos os hinos do medo o risco de temer nos iludir partindo perdidas ilusões para tomarmos de hora em hora

quanto mais demora se distancia a chave da nossa gaiola e o Amor tão livre é reprise para ver se a gente se devora.


(Rafael Belo, às 02h06, terça, 15 de novembro de 2016)

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