quinta-feira, novembro 03, 2016

Voando longe



Atropelam as horas os estatelados olhos da insônia
cerimônia de tentar teatralmente temperar tempestades mentais
tramam timidamente twittar o manifestar das ideias presas ao entretenimento machucando a goela
a língua se rebela revela o preenchimento do vazio

cultua o rio sua fluidez arrebenta correntes matando a serpente com a própria correnteza
cultura calada cavando camadas nos arrepios da pele onde habita a real esperteza

experimentada na previsão de chegada de cada turbulência improvisada pelo coração
um comichão percorre a sola do pé até o fim do cabelo
apelo para a única certeza ser a cor da pureza contaminada de ser você

aprisionada liberdade engaiolada fora de todas as asas voando longe da mente para não morrer.


(às 03h04, Rafael Belo, quinta, 03 de novembro de 2016)

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