por
Rafael Belo
Esqueça esse tal de entender. O que
entendemos realmente nesta instável vida? Vai lá e sinta. Pronto. Acabou. Ficar
procurando motivos não resolve nada. Mas, não estou dando conselhos nem sendo
exemplo. Eu mesma... Eu mesma me sinto um iceberg, apesar de saber estar
continuamente utilizando todas minhas ferramentas e aprendizagem para a frieza
exalar o ar gélido do olhar. Não importa mais se quero tocar... Eu não toco e
pronto. Pior ainda é se me tocarem... Não entendo esta mania das pessoas... Tá!
Eu entendo. Querem atenção total, querem que você olhe, querem ter certeza que
você está ouvindo... Mas, não me toque, diga.
Esta necessidade patológica de contato
físico, de achar que se for tocado significa algo... Esta mania de todos se
acharem psicólogos e sábios da vida... É um saco. Digo só isso porque prometi
pra minha mãe diminuir os palavrões, mas... Vamos voltar ao assunto. Não
poderiam simplesmente me deixar em paz. Não é todo mundo que quer ficar só que
está depressivo, que procura o suicídio... É muito difícil saber diferenciar a
preocupação com a invasão? Esquece isso. Pergunta idiota...
Creio... Humm... Nunca soubemos exatamente o
nome do sentimento quente saído de um toque. Eu sempre associei a desejo,
vontade, querer... De novo... Esta mania nossa de procurar padrões e acabar
seguindo um padrão de escolha podre, bem bosta mesmo... Aí não sei se a gente
surta, chora ou... Quero dizer eu, né. Não sei vocês. Eu surto e choro de
temporada em temporada e quando chega o fim, eu não sei o que fazer aí vou
segurando até mesmo quando vejo ser impossível... Sou teimosa. Tenho medo de
ficar sozinha e olha aqui... Estou só.
Só não entendo... Droga. Olha a
contradição de novo. Eu devo ter medo também de escolher diferente, então
escolho sempre parecido achando que eu sou errada – Só faltava – ou que eu
posso mudar a pessoa escolhida. Meu Deus! Quanta burrice. Tem alguém por aí eu
sei, não sou tão louca ou sou tão louca a ponto de insistir nesta ideia. Mas,
agora não. Agora eu quero tentar me entender um pouquinho. Ok! Tentar escutar o
que sinto. Melhor né? Entender é supervalorizado demais... Vou parar de emendar
as coisas, sem respirar, sem pensar... Nem sempre o impulso nos leva para
frente ou para cima. Às vezes é só uma estática, um ruído, um congelamento no
ar para que pelo menos nesta oportunidade (gostaria de pensar assim...) de cair
quebrando a cara, algo aconteça... Então, deixa eu encontrar meu espaço sem
precisar tocar em ninguém e, por favor, não me toque. Pelo menos agora não.
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