sábado, dezembro 30, 2017

Nunca sou sozinha (miniconto)






por Rafael Belo

Já perceberam que estar em família é jogar o jogo da memória? Em todos os aspectos. Depois de deixar claro para as tias solteironas e para as primas divorciadas, sem contar com as viúvas por casualidades, fatalidades ou doenças, como está meu status (principalmente no facebook)... Ainda tem a família dos agregados sendo ainda mais inconveniente e... Não. Eu ia dizer: amo meus parentes, mesmo vendo a maioria só quando esta acabando o ano e quando ele termina... Se é assim com a família imediata... Enfim...

Jogo da memória... É incrível que cada um presente tenha um equivalente ao pai, a mãe, ao tio e o mesmo com amigos... Óbvio que tem sempre quem não parece ninguém e aqueles que gostamos mais ou menos. Tem aquele momento da noite de ceia... Não... Estou muito natalina e sempre fico assim neste período do ano. A gente faz planos, mas os planos é que nos fazem... Imaginem vocês que eu estaria aqui de novo e chorando...

Foram tantas coisas este ano e eu virei um gigante. Eu venci até quando perdi... Ver aqui todo mundo reunido me deixa... Desculpem as lágrimas... Você já fizeram isso, né?! Saíram do meio da reunião para ver de fora tanto amor apesar das diferenças é família, são amigos... Sou uma mulher de sorte. Eu já prometi tantas vezes não chorar, mas sabe?Chega de me segurar. São MEUS amigos, é MINHA família. São meu ponto fraco e dizem que sou a rainha de gelo sem coração...

Só não tenho tempo a perder... Não mais. Meu coração é para sempre da minha família, dos meus amigos... Não é questão de antes ou depois, não é por ordem de chegada, não é medida de intensidade... Não! Cada um deles diz um pouco de mim, são minha verdade e minha liberdade. São minha base para quaisquer relações. É isso que vejo quando olho para eles. Também vejo a mim mesma. Por que espero tanto para tê-los perto? Nunca sou sozinha assim, mas qual o motivo de eu estar aqui olhando de longe?

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