terça-feira, dezembro 12, 2017

denegrindo





trava a língua a míngua e as cores não existem na pele de ninguém
quem não escuta as correntes tilintarem e se arrastarem no cotidiano?
anos de escravidão resistem debaixo dos panos as chibatas descem às claras
não se apagam as marcas com cicatrizes sendo abertas sem hesitação

é preta a situação como a degradação desta adjetivação
sem objetividade o buraco negro suga até a luz em alta gravidade
enquanto o humor negro desembesta a nos denegrir na obscuridade

a sociedade está no enegrecimento pejorativo do samba do crioulo doido
doído no não sou tuas negas para ficar balindo neste rebanho de ovelhas negras

com mercado negro magia negra lista negra e muito do negativo por aí querendo nos extrair
ouça o que disse a história não é presunção nem achismo a tortuosa trajetória a nos punir

negamos a inexistente inveja branca reforçando o oposto morremos com gosto de Zumbi.


+ às 11h19, Rafael Belo, terça-feira, 12 de dezembro de 2017 +

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