prendo o ar
quebraram-se os espelhos em
uma poça digital
estilhaços voaram sobre
eles mesmos eram meus eus
sendo tão eles em cada
ângulo possível de registrar
agora a aparência se foi
com o medo me trazendo selvagem
as lágrimas
formam novos reflexos líquidos
desfazendo
meu eu físico livre de antigos vícios vendidos
iludidos
pelos sentimentos manufaturados em superfícies de nadas
em manadas
de selfies minhas digitais meus traços também desfaço
amasso nos
braços o hoje sem o deixar escapar desligo o celular
saio do
online me desmarco de todo lugar deixo apenas a memória registrar
volta a respirar.
+ às 21h58, Rafael Belo, quarta-feira, 07 de março de 2018+
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