por Rafael Belo
Não foi contagem regressiva nem respirar fundo. Simplesmente chegou a hora de refletir. Cansei de evitar. Vou assumir todas as minhas merdas. Merda é um eufemismo incompatível… É incomparável o que fiz. Tornei-me meus monstros. Sinto-me à espreita, um disfarce humano de um demônio… Preciso me preencher, recuperar minha alma… Afinal, são só palavras que me diferenciam daquilo que desprezo profundamente… Porque minhas ações…
Ah! Como me redimir?! Terei redenção. Quantas faces pode ter um ser humano como eu? Nem sei qual minha crença mais… Estou cega e banguela… Este sabor de satisfação na boca é artificial! Nada! Nada! Nada que eu faço mais é natural. É tudo frio e calculado. Por que fui tomar consciência? Agir automaticamente, sem pensar em sangue, carne, famílias, vidas… Só em retaliação… Será que feriria meus pais? Eles sempre me diminuíram diante meus irmãos…
Eu posso voltar a ser um ser humano. Bem, não existem monstros, né?! Nós somos responsáveis por esta ilusão como a façanha de Lúcifer de fazer acreditar que ele não existe. Ou seria astúcia? Preciso ler de novo o Demonologista… A influência silenciosa daquilo oculto é muito maior daquilo às vistas. Vou fazer um #tbt para revisitar este meu passado recente… Mas hoje é sexta! Throwback Thursday ou quinta-feira do regresso foi ontem… Agora me dei conta… Se esta tal lei do retorno funcionar, vou ser fulminada por um raio certeiro…
Porém, ainda estou aqui. Deve funcionar de outra maneira. Eu não entendo disso… Entendo de vingança. Quero falar isso no passado agora… Entendia… Devo ter aprendido algo com tudo, não é uma regra isso? Será que só quero mesmo é dormir tranquilo como quando comecei a me vingar há tanto tempo… Serão as vidas que tirei evoluíram e se tornaram algo parecido comigo? Por isso, pensar é proibido de forma velada e refletir está sendo substituído pelo impulso … Isso enlouquece e agora só quero sanidade. Não pode ser tarde demais…! Não pode! Bem, os tiros estão próximos agora. Já acabaram com minhas distrações. Vou revidar pela última vez ou irei em paz?
Nenhum comentário:
Postar um comentário