terça-feira, julho 15, 2014

famintos




se foi a caverna ficou sua enorme sombra
na nossa face contrariada imitando tromba
nossas raízes longas, só nos mantêm enterrados
soterrados de regras na destruição do legado

desolado deserto dividido na nossa confinação
presos de dia e soltos à noite, proteção
sussurrando com os olhos na janela

vendo o dia começar e terminar, tagarela
repetindo as sombras da caverna, imitação
cães caçados, instinto faminto, aceitação,
sem freio na banguela, simulação.


(às 18h18, segunda-feira, Rafael Belo, 14 de julho de 2014).

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