O entardecer trazia a
noite para o chão e as cores para o céu. Por enquanto tudo ainda estava azul. Mas,
Madalena iria borrar toda a maquiagem do dia. Escorreriam marcas pretas por
toda sua face e incontrolavelmente isto seria controlado por todo trajeto. Mesmo
com tantos amigos e família ela não cederia.
Madalena queria o
Reino indo até ela, ela não iria ao Reino. Então, não havia paz. Ela mancava
por todo seu calvário porque não tirava o salto por nada. No auge dos seus 16
anos, tinha corpo de 30, mas sua mentalidade prevalecia lá pelos 12 e, às vezes,
empacava pela incansável birra dos cincos anos. Saltitante e irritante idade. O
problema é que ela e metade da humanidade eram assim.
Aliás, ela sofria até
em casa. Não queria ouvir ninguém e dolorosamente acusava os mais íntimos amigos
de traidores e distantes. Madalena misturava suas realidades com sua mente
confusa e soltava injustiças através dos meios disponíveis. No momento se
sentia rejeitada e dores no coração. Estas a faziam esquecer suas incuráveis dores
crônicas.
Madalena sofria de
fibromialgia aguda e dava soluços agudos no meio de suas densas lágrimas. Sua expressão
era grave e seus amigos tentavam sustentar aquele fio de vida tenso no qual ela
caminhava. Madalena não esperava tantas conversas sobre ela. Só soube durante a
intervenção. Cada dia um amigo passava o dia com ela e lembrava de quem era
Madalena. Juntos lembravam do valor, da nobreza e da beleza que a amizade pinta
a vida.
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