Por mais que o
procurassem era preciso se perder nos olhos dele para seguir os rastros das
formigas e se esgueirar pela rachadura na sua parede externa. Fariseu Fenda
vivia em vários lugares ao mesmo tempo e se sentia cotidiano demais. Preso como
se seu diariamente precisasse descer e subir todos os degraus do mundo, seu
mundo, aliás mundo bem dele.
Sua mente era sua
janela e ele amava estar ali. Não só debruçado, mas mudando de posição. Fenda
sentava e balançava os pés, porém quando pulava se descobria cada vez mais. Como
se houvesse vários Fariseus caindo em uma Fenda. Pareciam seus neurônios
aquelas formigas conversando na parede criando o odor da informação e textos
para expressão.
Ele sabia do medo das
pessoas de dizerem algo e serem julgados pelo dito, escreverem algo e serem
julgados pelo escrito. Fariseu Fenda havia aberto um buraco e enterrado seu
medo disto. Ele olhava nos olhos das pessoas e deixava que elas se perdessem em
seus olhar, pois assim ele as encontraria. Decidiu trazer suas janela para
fora.
Quando percebeu que
não morreria, tentou ir o mais distante possível e hoje ninguém o alcança mais.
Pulou sua janela e a trouxe para fora passando por ela constantemente. Ao mesmo
tempo a janela era a mesma e era diferente. Um velho mundo com o novo dele.
Fariseu Fenda criava seu espaço e todos percebiam que o espaço dele invadia
todos os limites e eles eram invadidos também. E aquela fenda nele era um formigueiro ampliando seus ninhos.
Um comentário:
Precisamos sempre buscar NOSSO espaço,pois só nele seremos felizes e teremos paz. Belo texto. Mamys
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