por Rafael Belo
O dito nem sempre é
importante, como dizê-lo é essencial. A escolha de palavras e o tom a ser usado
muda completamente para quem ouve, mas se tirarmos de contexto uma fala insossa
sem pontuações, ela caberá em qualquer conversa ou, então, o silêncio continua
sendo de ouro porque nos tornamos tolos e antipáticos ao nos mal interpretarmos.
Sem prática, busca de
melhoria e a aceitação de que por mais que saibamos nada sabemos... Não
evoluímos. Ficamos tão estáticos a véspera de feriado prolongado na capital
paulista. Prestar atenção no outro e em si é primordial para não parecermos
arrogantes, pretensiosos e passarmos os sinais errados. Caso não nos observarmos
daremos o tom professoral e paternalista incabíveis em toda situação.
Diálogo, no entanto,
não é a solução para tudo. Como dar opinião para quem não quer ouvi-la e, pior,
deseja apenas um aval desnecessário do outro para confirmar o próprio
pensamento? Um rompante de uma ideia original e considerada por si genial
querendo simplesmente aceitação... São os monólogos disfarçados por toda parte
contaminando a capacidade de raciocinar e transformando democracia em
comportamento de manada.
Esta
preguiça mental instiga apenas a projeção de si no mundo impedindo a própria
rotação enquanto tudo não para de girar. Parece conversa de bêbado, mas talvez
seja apenas o desejo de estourar tantas bolhas de antipatia tentando nos
englobar por aí tagarelando sobre tolerância sem se ater da pouca diferença de
seu suposto antônimo: intolerância.
Um
tolera e outro não. Mas, se formos analisar não são realmente opostos porque
tolerar esta a uma vírgula de “por obrigação o faço” e “intolerar” não faz nada
por obrigação... Não nos cabe tolerar ou apontar o dedo, seríamos mais felizes
se respeitássemos e defendêssemos o direito de todos independente de nossa
opinião e de concordamos com o assunto. Por isso, chamo o filósofo iluminista francês,
Voltaire que há 227 anos nos ensinava: “Posso
não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a
morte o direito de você dizê-las.”
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